#primeiro gole

 
Oi! Tudo bem por aí? 

 

Eu tô feliz, pessoal. 

Obrigada por me permitir enviar a você a primeira edição (ou primeiro gole) desta newsletter que tem, a partir de agora, a intenção de serenar a sua semana. 

 

Dizem que o blog morreu e talvez o meu tenha morrido junto. Mas como escrever é a coisa que mais amo fazer, transformei o apreço que tenho por newsletters poéticas e sensíveis para trazer por aqui as minhas próprias sensibilidades. Não será uma news de muitos links e referências, mas de dias e suas particularidades. De experiências, aprendizados (na marra), sensações, tempo, saudades. 
Hoje serei breve porque tô chegando agora….e o primeiro gole de vinho é sempre o mais amarrado, né. A gente vai sentindo os sabores aos poucos, entendendo as misturas e, dependendo da companhia, ele vai ficando melhor. Por isso te peço um tempo até que eu mesma me solte aqui e possa contribuir com as suas percepções deste lado aí. 
 

O fato é que quando estava pensando em fazer essa newsletter, nesses tempos em que entre sair e ficar em casa, a gente (eu) escolhe ficar em casa, me veio esta música na cabeça: 

 

No novo tempo

Apesar dos castigos

Estamos crescidos

Estamos atentos

Estamos mais vivos

Pra nos socorrer….

 

No novo tempo

Apesar dos perigos

Da força mais bruta

Da noite que assusta

Estamos na luta

Pra sobreviver….

 

É como estamos. Sobrevivendo. E socorrendo a nós mesmos. Embora eu já tenha sido socorrida muitas vezes (mas isso é papo pra outra edição).  
 

Meu sobrinho gosta de ficar com o dedo na boca. Não curte chupeta mas dedo na boca ele coloca desde que nasceu - sempre quando está com fome ou sono. Só que muitas vezes, ele é repreendido por alguns parentes que alertam que o dente do menino vai ficar torto e vai precisar de aparelho no futuro.

Mas minha irmã, que é mãe dele, vive me dizendo por whats app: “ficam implicando com o menino, mas estamos no meio de uma pandemia, tá todo mundo tentando passar por este momento (!) , deixa ele ficar com o dedo na boca.” 

 

E sim, acho que temos que abrir exceções pela situação pandêmica. Ninguém tá chutando o balde, mas abrindo mais caixas de chocolate, com certeza. 

Ainda que a pandemia dure muito tempo…é porrada atrás de porrada atrás de delta. Admiro quem manteve a disciplina, mas desabar tá permitido.  

 

Estar vivo sem ter sofrido um bocado com covid é um privilégio. Estar trabalhando, com dinheiro na conta, comida na mesa e uma varanda pra tomar o sol das 16h é de agradecer aos deuses. Mas mesmo privilegiados, sofremos. Trancados. Com medo. Torcendo por uma vacina que além de evitar hospitalização, evite que a gente pegue e transmita a doença. E nos traga a liberdade de sair abraçando novamente. 

 

Sobrevivam bem nestes tempos, amigos. 

Permitam-se dedos na boca, porque sim, estamos em pandemia. A gente precisa de algum amparo para passar por tudo isso. 

Um beijo.

Volto logo,

 

*Um rascunho perdido*

"Dos momentos mais generosos que me ocorreram: minha mãe vindo até meu quarto me perguntar como fazia para eu ser feliz de novo, já que ela se sentia responsável por ter me colocado nesse mundo. Afinal, ela pensava -  oras, como ela poderia ter inventado uma pessoa e agora deixá-la sem a felicidade desabando na cabeça.
Isso soou como um abraço. Alguém me dizer que eu não sou a única preocupada em me fazer feliz dia e noite. Tem alguém comigo nesta."

Clara Vanali

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Se você recebeu direitinho essa newsletter e ela não caiu no spam, me avisa? 
No começo é meio difícil de saber se está chegando pra todo mundo, então agradeço a gentileza de avisar ;)

Sobre

 

Sou jornalista mas penso que ser jornalista é mais sobre investigar. Ser escritora é mais sobre observar. Aqui, me sinto mais escritora que jornalista. Prazer, Clara ;)