Mas há ótimos pontos também no Instagram, como ver pessoas sendo livres e se sentindo bonitas do jeito que elas são e fotos de amigos tomando vacina. Ou seja, tem como pelo menos tentar equilibrar nessa corda bamba que as redes submetem nossa saúde mental. E sabe qual a melhor maneira de fazer isso? Dando unfollow.
Você, com certeza, deve seguir pessoas que não agregam em nada no seu feed e que você nem se identifica mais com elas. Tire um tempo no seu dia e veja conta por conta que você segue, sempre refletindo sobre o que você quer ver e sentir no seu dia a dia enquanto acessa essa ferramenta super comercial, e taca o dedo no unfollow, sem dó.
Além dessa, existem outras formas de educar suas redes e transformá-las num lugar melhor para você: criar bolhas.
"Mas Carol, já não vivemos em bolhas automaticamente?"
Sim, mas você pode fragmentar um pouco mais a sua de diversas formas, adaptando para o que você quer ver em situações específicas. Por exemplo, já conheci pessoas que têm uma conta no Instagram diferentes para quando querem apenas relaxar, seguindo contas que não prometem nada a mais do que memes e outros conteúdos descontraídos. Desse jeito, você pode se livrar daquelas informações que acabam com o seu dia, pessoas que fazem você se sentir inferior, publis para lá, publis para cá…
Mas aí você interpreta como se isso fosse um clamor à alienação - no mal sentido - e me diz:
"Mas bolhas não são prejudiciais para o nosso envolvimento social, noções de realidade, etc?"
Olha, já cheguei a acreditar friamente que eu precisava deixar minhas redes sociais mais que plurais. Foi quando comecei a seguir movimentos sociais diferentes, jornais de diversos locais (até os que escreviam em árabe?), pessoas diferentes a mim, entre diversas outras coisas. Resultado: o algoritmo não me entregava nada daquilo e, quando me entregava, era estressante assimilar tantas informações distintas uma da outra.
Ou seja, essa noção que temos de furar a bolha é muito falsa. Ainda mais depois de quase dois anos vivendo mais no mundo digital do que o real, é uma ilusão acharmos que não estamos alienados - quando os próprios algoritmos já fazem isso por nós.
Agora, vamos focar em quebrar a bolha na vida real, tentar acessar mais esse universo físico que esteve tão distante da gente nos últimos meses, ter mais tato e se livrar dessa ressaca virtual que estamos vivendo. Porque olha… essa parte da retomada do universo físico será tão difícil, papo para outra news até.
E enquanto o universo físico ainda está distante, se aproximando a passos lentos, se enfie na bolha mais saudável para você. :)