Oi, tudo bem por aí?
Bora pro décimo quinto gole?
Eu tô amando esse período freedom da beleza que estamos vivendo e que só chegou forte mesmo de uns poucos anos pra cá.
Na minha época de colégio, quando rolavam excursões para clubes ou piscina na casa de alguém, eu fazia dieta pra ter coragem de tirar o shorts e ficar de biquíni.
Nunca tive corpo de praia. E eu sei que hoje não se fala mais isso porque corpo de praia é qualquer corpo. Sim. Hoje. Mas não era. Não era qualquer corpo.
Corpo de nadar era corpo magro. Corpo de aparecer de biquíni na frente do cara que você gostava era corpo magro. Corpo de ir na casa das amigas e se trocar para ir pra balada era corpo magro.
Até hoje não me sinto confortável numa roupa de banho na frente de alguém. Os tempos mudaram, eu sei. É que não sou a pessoa da piscina, me deixa.
A diferença é que hoje eu tenho a tranquilidade de saber que posso escolher. Posso escolher colocar um maiô porque ele me faz sentir bem
(maiô em 2004? nenhum adolescente usava isso). Posso escolher não entrar na piscina e tomar meu drink tranquila embaixo do guarda-sol. Posso o que eu quiser. Não importa mais e essa talvez seja uma vantagem da maturidade e dos tempos atuais: liberdade.
Fiquei pensando nisso esta semana porque a
Lela Brandão (artista plástica e ilustradora) acabou de lançar uma linha chamada Espelhos com muitos bíquinis adaptáveis para qualquer tipo de corpo.
As modelos escolhidas para a campanha, aliás, dão uma esperança de acreditar que as pessoas finalmente perceberam que todo corpo é bonito, tem sua própria história e merece ser livre e confortável. Eu adoro seguir o trabalho da Lela porque, pra ela,
uma mulher confortável em si é uma revolução. Bonito isso, né? Conforto. Que a gente incorpore esse sentimento de uma vez por todas. Em todo site dela é isso que você encontra, roupas que abraçam e não te deixam na mão.
Outra aceitação que tive nos últimos anos foram meus cabelos brancos. No começo, quando eles apareceram, eu pintava (e não vejo problema nenhum em pintar), mas agora eles representam mais o que eu sou neste momento. E tô amando gostar do que me tornei. Eu curto as mechas que os brancos fazem na lateral do meu cabelo, e não faço mais questão de ficar explicando pras pessoas porque eu não tô tingindo meus fios com 34 anos. Me deixa. Cada um com seu momento e eu tô feliz com o meu.