5 #quinto gole

 
Oi, tudo bem por aí?
 

(Antes de começar, deixo aqui um suspiro desolador para os ataques que aconteceram ontem na minha cidade Araçatuba. A todos que perguntaram dos meus familiares e funcionários que moram na cidade, eles estão bem! Mas é inevitável não se chatear com o medo, mortes e a névoa de pânico que se alastrou na cidade até agora. Seguimos tristes demais.)

 

Bora pro quinto gole?

 

Vocês se acham muito diferentes do que eram anos atrás? Fisicamente e emocionalmente falando.

 

Este fim de semana percebi que metade do meu guarda-roupa era preenchido por roupas que eu usava 5 anos atrás, quando pesava 10 kg a menos. Sim, 10kg. Porque estava numa fase, que você - meu leitor e leitora queridos - já deve ter passado.

 

Empolgação em ser magra, em servir em toda e qualquer roupa, treinando com personal trainer, comendo ovo com salada no jantar, zero doce e por aí vai….Vivenciei uma vibe disciplinadíssima e com o foco em ter um corpo magro. Quem nunca? Entrei num vestido para um casamento de uma amiga que até hoje me pergunto "como" coube. Meu guarda-roupa tinha blusinhas justas, minúsculas e, posso ser sincera? Me encontrei muito naquele corpo. Eu poderia dizer aqui que hoje sou muito mais eu, mas não vou mentir. Foi a fase em que eu mais gostei de mim. E essa é uma opinião pessoal, foi uma experiência que aconteceu comigo. No entanto, não estou dizendo aqui que magreza reflete uma fase 100% de vida, inclusive já tive outra fase magra porque eu estava bem doente e as pessoas diziam “como você está linda” - e isso é bem bizarro. 

 

Corta para 2021.
É muito difícil sustentar dieta por muito tempo. Você, às vezes, até fica magra por alguns anos. Mas depois não aguenta mais academia, não tem mais joelho pra correr, e só quer tomar um vinho em paz na sexta-feira à noite. Você engorda, simples assim. E não é porque tá comendo batata-frita não, é porque dieta é constância, e manter a constância da proteína é algo que enche o saco. A vida é curta, o mundo está acabando, me deixa comer meu pãozinho com manteiga em paz.

 

E o problema não é engordar. O problema é ficar olhando aquelas roupas justas no guarda-roupa se convencendo de que elas tem que ficar lá porque, um dia, você vai voltar a pesar 10 kg a menos. Mas veja bem, até quando a gente vai ficar se torturando? 
Peguei uma sacola bem grande e coloquei lá todas as minhas calças 36, minhas blusas P, mandei pra doação e abri espaço para as G que estavam chegando. 
Este é meu corpo de agora, é ele que me possibilita andar, trabalhar, me comunicar e comer - saudavelmente sim - mas sem mais o foco de querer entrar num vestido menor do que eu. Se um dia eu voltar a ter os kg a menos, será o futuro e com ele eu me preocupo depois. Hoje, eu não sou mais aquela e tenho aprendido a me amar assim.

 

O fato de não sermos mais os mesmos do passado traz uma comparação doída. É como se a cada fase da nossa vida fôssemos um novo eu que tem que se adaptar ao que nos tornamos hoje. E não falo só de peso, falo também da bagagem emocional. Lembro de um episódio maravilhoso de "How I Met Your Mother" em que o Ted dizia que todos nós temos e carregamos uma mala própria. Ao longo da vida, a gente preenche essa mala com medo, decepções, traumas, relacionamentos, doenças, experiências passadas, boas e ruins e vai arrastando-a - sem a possibilidade de desfazê-la. Todo mundo, onde quer que vá, carrega sua mala. Às vezes pesa pra burro, mas faz parte do que somos hoje. E nos trouxe até aqui.

 

O que você leva na sua mala?

 

Mudando de assunto.
Quero aproveitar que tô escrevendo essa newsletter ouvindo minha rádio online favorita para convencer vocês a ouví-la também. É a melhor rádio para chegar cansado em casa à noite e ouvir tomando banho. Ou cozinhando. Ou cuidando das plantas. Ou ficar de bobeira no sofá, lendo um um livro. Ou qualquer uma das situações que você vivencie. 
Dêem uma chance ou devolvo o seu dinheiro ;) 
Chama SMOOTH FM. É uma mistura de soul, jazz e bossa nova, que nunca nenhuma rádio brasileira conseguiu reproduzir. 
Conheci essa rádio numa ida à Portugal, viajando de carro para o sul do país, ouvindo-a durante todo o trajeto. Fico pensando no tanto de estímulos e novidades que as viagens nos apresentam. E a SMOOTH FM foi uma delas. Não largo por nada. 

 

E na newsletter passada falei de arrependimentos que sentimos, como o de não ter insistido mais em relacionamentos passados e recebi um e-mail maravilhoso da Vanessa falando isso aqui: "Arrepender-se é um sentimento sofisticado. No fundo, não ter compromisso em acertar sempre é um negócio importante na vida."

 

Dá até um quentinho no coração.

 

Aliás, pra quem chegou agora e perdeu as newsletters anteriores, seguem: 

1 #Primeiro gole - https://view.flodesk.com/emails/610984e279d8b9360861ca61

2 #Segundo gole - https://view.flodesk.com/emails/6105bc2d1ab913c2ed9261ea

3 #Terceiro gole - https://view.flodesk.com/emails/6116d2ef519a806163d3f255

4 #Quarto gole - https://view.flodesk.com/emails/611d6edbd42241e286236f4a


Um beijo,
Volto logo.

 

 

*Um rascunho perdido*


“São nos fins de noites que a gente percebe que toda essa preparação para viver um grande momento na verdade significa que já estamos vivendo um grande momento. E que toda essa espera para que as coisas aconteçam já significa que elas estão acontecendo.”
 

Clara Vanali

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Sobre

 

Sou jornalista mas penso que ser jornalista é mais sobre investigar. Ser escritora é mais sobre observar. Aqui, me sinto mais escritora do 

que jornalista. Prazer, Clara ;)