Oi queridos, tudo bem por aí?
Vamos pro vigésimo quinto gole?
Esses dias estava conversando com um amigo da época do colégio sobre o "plim" que algumas pessoas têm para relacionamentos. Sabe aquela pessoa que termina um namoro, passa 2 semanas e já começa a ficar com outra?
Inclusive falamos sobre uma turma de conhecidos nossos, também da época do colégio, que eram os mais encapetados da sala. Não queriam nada com a vida, tomavam suspensão dia sim, dia não, zero compromisso com qualquer coisa e hoje, 20 anos depois, estão todos casados e com filhos.
Será que nós, aos 35 anos, solteiros, sem um relacionamento duradouro à vista, fracassamos? Quantos primeiros encontros ainda teremos até que aquela pessoa deixe de ser um contato no celular e passe a nos acompanhar em compras do supermercado, caminhadas aleatórias na rua, leitura de livros em casa e em ficar ao nosso lado de bobeira, de chinelo, cabelo bagunçado e sem cerimônias? Como faz pra passar da primeira fase?
Uma vez entrevistei um psiquiatra e ele me disse que algumas pessoas têm um click diferente para relacionamentos. Ele não soube me explicar muito bem o que é, mas é como se elas tivessem um portal que chama encontros mais persistentes e possibilita que emendem uma relação na outra - enquanto nós, desprovidos deste portal (essa palavra eu que inventei) aprendemos a viver solteiros tentando preencher, entre um caso e outro, a sensação de que - apesar de todos os fortúnios da vida - estamos carregando um saco vazio nas costas.
Mas estamos de buenas, tranquilos, livres, nem penso nisso, a hora certa vai chegar, não era pra mim, não era pra você, o que é seu tá guardado, tem coisa melhor vindo por aí e quantas mais frases dessas falaremos até que, finalmente, a gente não precise mais se esforçar e só ter, finalmente, uma companhia massa que possa ir com a gente à padaria. E ficar em silêncio juntos sem que esse silêncio seja constrangedor. E conversar sem que a gente precise esmiuçar o nosso currículo para dar a impressão de que ainda estou solteiro porque a vida até hoje foi uma correria maluca e nem tive tempo de procurar.
Paquerar livremente é uma maravilha, não discordo. Estar disponível sem precisar comunicar cada decisão também não é ruim. Ficar jogada no sofá, sem maquiagem, é das melhores coisas da sexta-feira depois das 18h. Mas em algum lugar deste mundo, deve ter alguém de pijama querendo se esquecer nas cobertas com a gente também.
Não é ruim ser solteiro, leitor, veja bem. É que quem está uma vida inteira solteiro, gostaria de - pelo menos por um tempo - não estar mais só, pra mudar um pouco a dinâmica, sabe? Só pra entender como é estar do lado de lá do portal.
O fato é, por que para algumas pessoas é tão fácil e natural estar junto? Como elas encontram alguém que dá certo com a mesma facilidade que compram uma fruta na quitanda? Qual lua ou planeta não se alinhou para que uma porção dos ainda solteiros aos 35 anos encontre um caminhão de obstáculos para segurar uma relação por mais de 1 mês? (na verdade eu quis dizer 1 semana).
Mudando de assunto.
O novo
Matrix é péssimo. Na verdade não deveria falar isso porque não consegui passar dos 40 minutos de filme, mas eu quero muito comentar que foi acolhedor ver
Keanu Reeves e
Carrie-Anne Moss sem botox, envelhecidos lindamente pela natureza
(nada contra quem coloca peloamordedeus), mas é que eu achei que não fosse mais possível ver atores depois dos 50 sem preenchimento. E eles estão ali, dando a cara na tela, com as ruguinhas em volta dos olhos, da boca e ainda mais bonitos por não fugirem do fato de que se passaram 20 anos desde o último filme. Ver os dois juntos em cena é a melhor parte do longa.
Fiquem bem <3
E se você está chegando agora, pode ser que curta também o 11º gole.
Um beijo,
Volto logo.