Oi queridos, tudo bem por aí?
Vamos pro vigésimo sexto gole?
Nós temos muitas vidas dentro de uma mesma.
Em uma das minhas eu cozinhei bastante. Recebi amigos em casa com meu famoso macarrão de atum, apelidado carinhosamente de
tunapasta, me arrisquei mais de uma vez no gnocchi da minha mãe - que leva horas pra ficar pronto - e preparei sua caponata de berinjela para congelar e desfrutar nos dias de fome. Tudo isso na época em que eu tive um canal de vídeos no Youtube, o
apê.ritivos, um dos primeiros canais de culinária da internet, que fez muito sucesso em meados de 2011 / 2012.
Os sócios do projeto éramos eu e o
Gabriel, meu melhor amigo e uma das melhores pessoas que eu conheço. Fomos um dos primeiros
influencers do segmento - quando essa palavra nem existia. A nossa pegada não era tanto explicar o preparo dos ingredientes, e sim envolver a comida numa história de amor, de família, de saudade, de experiências. De tudo que produzimos pro canal, um dos que eu mais gosto é do vídeo em que preparamos
Eggs in Purgatory. Assistindo hoje, não vejo mais aquele furor que faziam na época, a gente tem até vergonha de alguns episódios mas….pra aquele momento, era tudo muito genuíno e feito do nosso jeitinho. E Eggs in Purgatory é algo que merece ser revisto. Já imaginou colocar numa panela bacon, molho de tomate, ovos fritos na medida, queijo ralado, tomate seco, manjericão - tudo acompanhado e molhado num incrível pão italiano. Façam, leitores. Eggs in Purgatory nunca sai de moda. E pode ser preparado com qualquer coisa. Alguns chamam o prato de Shakshuka - que traz o significado de
tudo misturado, meio que um
pega o que você tem na geladeira e cria um mexidão.
O Gabriel já cozinhava naquela época e cozinha muito bem até hoje. Eu dei uma desencarnada, confesso. Testava várias coisas pro programa, mas hoje me divirto muito mais compartilhando a comida, bebendo minha tacinha, lavando louça (juro!) do que cozinhando. Fases né, quem nunca. O que não significa que não vou receber você na minha casa - eu me viro, dou tudo de mim, mas não vai ser sempre. Vai ser porque eu gosto muito de você :p
Revivendo essa minha outra vida, percebi que
isto aqui é de uma delicadeza sem tamanho. E de uma receita preciosíssima que até hoje arrasta quarteirões: penne com melão e parma. Façam e me contem, por favor.
E vocês? Quantas vidas já tiveram?
Digo sobre aquelas em que fazíamos coisas que não cabem mais. O que não significa que hoje estamos melhores ou piores, só nos envolvemos com outras atividades, levando na bagagem o aprendizado daquele momento da vida. Aliás, que charme saber um pouquinho de cada coisa, né? Um pouquinho de cozinha, uma música no violão, um delineado na maquiagem, uma frase em outra língua, um passo de dança, um prego na parede, um botão na camisa, um jogo de baralho, um tico de cada ocupação que nos faz mais interessados e interessantes.
Já tive também a minha vida de fazer bordados em ponto-cruz (que dá um trampo tremendo, não sei como tinha paciência) e a vida de correr 10 km (essa era minha preferida, que não me sobrou joelho, mas me fez feliz demais).
Quantas mais vidas vocês têm vontade de viver?
Como começamos um novo hobby? Uma prática que até então era desconhecida? Quantas vezes a gente se arrisca?
Mudando de assunto.
Enquanto você está recebendo esta newsletter eu estou viajando a trabalho por 15 dias e, por isso, não consegui me planejar de antemão para deixar duas newsletters prontas (só esta, me amem).
Sendo assim, semana que vem não tem edição, volto na outra.
Se ficarem com saudades, me escrevam ;)
Fiquem bem <3
E se você está chegando agora, pode ser que curta também o 15º gole.
Um beijo,
Volto logo.
