32 #trigésimo segundo gole
 
Oi, como vocês estão?
Vamos pro trigésimo segundo gole?
 
Os pensamentos com ideias de textos para esta newsletter vêm em vários momentos. Às vezes durante uma diária de trabalho, lavando louça, ouvindo rádio, no meio de um jantar ou voltando de um encontro. O fato é que, sem muito compromisso, eu vou anotando as coisas - que me aparecem à cabeça - num bloco de notas no celular. Aí, quando sento para escrever, aciono o bloquinho pra ver se algum dos tópicos rende um gole por aqui. 
 
O legal foi que, olhando hoje este bloquinho, percebi que - sozinho - ele rende um gole. São palavras, trechos de músicas, referências e divagações que eu escrevo para não esquecer. Alguns, sem contexto, talvez não façam sentido lidos assim, mas eu fiz questão de não editar nada (estão soltos, em tópicos ou livres), para que você aí interprete-os como quiser e - quem sabe - se identifique com muitos deles. 
 
Divulgar o bloco de notas é como abrir um diário pessoal. 
Por isso, pegue um café e aproveite o momento ;)
Lá vai:
 
Ando devagar porque já tive pressa, levo esse sorriso porque já chorei demais.
  • juca
  • rio
  • argentina
A gente sabe quando quer alguma coisa.
 
Podcast inconsciente coletivo.
 
O meu desejo é que a gente se sinta protegido.
 
Essa coisa da gente aceitar convites.
A vida só acontece porque a gente se permite ir aos lugares.

Fazer bons convites.
 
Bebida com Luciana e Sabrina.

Sair sozinho. Coifa newsletter.
 
Eggs in purgatory.
 
Ir na exposição.
Levar band aid quando dói o pé.
 
Poema Rosseti.
Já estive aqui antes.
 
Até quando teremos primeiros encontros e esses encontros não vão virar minha companhia no supermercado. 
 
Cosmo.
Maremoto.
 
Remakes são feitos para matar a saudade, não para serem melhores.
 
La barca - cuide que no naufrague tu vivir.
 
Clientes acreditam mais em mim que eu mesma.
 
História da Janina ter vivido um relacionamento ruim.
 
Voltando de carro, tentando lembrar de cada defeito seu para amar menos.
 
Mentira sincera você foi.
 
Perfume.
A vida é uma eterna distração.
Falei com minha mãe.
 
Clipe Camila Cabello.
Clipe Liniker.
Música Travessia.
 
A esperar pela gente o futuro está.
A vida segue sempre em frente. 
 
Preciso parar de discutir com taxistas sobre Bolsonaro.
 
Não rola um desmame de máscaras?
 
(…)
 
Mudando de assunto.
Mas não muito. O último tópico do meu bloco de notas é Não rola um desmame de máscaras? e, de fato, só isso rende um gole, porque a última semana pra mim foi de tentar ser inserida na sociedade sem máscaras. 
 
Fui numa balada aberta, depois de 2 anos. Decidi me dar essa chance, a vida é uma só, vamos todos morrer, bora aproveitar a vida, e escolhi uma festa aberta porque - já que é pra voltar a ir em baladas - que sejam ao ar livre, por enquanto.
O estranho foi que, acabou a covid mas acabou também o câncer de pulmão: a balada inteira estava fumando. Sem julgamento, cada um usa a droguinha que quiser, mas….achei um saco, porque a sensação de insegurança em pegar covid foi muito maior. 
Uma coisa é você estar rodeada de pessoas sem máscara, outra coisa é você estar rodeada de pessoas sem máscara fumando no seu rosto. Parece que elas estão soprando a fumaça junto com o vírus, para dentro da sua boca. 
 
Desculpe a velharia dos meus 35 anos, leitor. 
Talvez o pós-pandemia tenha vindo pra gente rever alguns hábitos. E nessa, talvez eu não tenha mais paciência pra balada, pra ficar em pé com o cabelo cheirando fumaça e é sobre isso….nem tudo o que eu volte a fazer agora precisa ser do jeito que era antes.  
 
Fui visitar uma cliente esta semana num prédio comercial e lá também estavam todos sem máscara, o tempo todo. Senti uma vibe esperançosa - do tipo - não acredito que estamos vivendo este momento de ver o rosto das pessoas novamente mas, fiquei pensando que não tenho mais coragem de entrar num elevador sem máscara. Pensando assim, não rola um desmame? A gente não pode ir mais take it easy, tirando aqui e acolá, mantendo-a em lugares mais fechados como uber, táxi, elevador, uma sala de reunião…..?
Os dispensers de álcool em gel também estavam todos vazios nos andares do prédio, ninguém repõe mais.  
Jura que nem álcool em gel a gente vai levar pra nossa vida, depois disso tudo? 

Fiquem bem <3 
 
E se você está chegando agora, pode ser que goste de ler também o 24º gole. 
 
Um beijo,
Volto logo.
 
 
*Um rascunho perdido*
(textos meus escritos em algum lugar do passado) 
 
Image item
 
não me lembro quem me deu esse. se foi você, manifeste-se.
estava lá no escritório, deitado há meses numa prateleira.
trouxe pra casa. pensei que até vinho tem as suas horas pra acontecer.
um pouco ácido. deixei respirando na taça.
abri um giardelli. chocolate amargo com doce de leite que ainda restava das 
saudades de são francisco.
tudo se encontrou bem na boca. 
fiquei pensando nos alunos do terceiro colegial que encontrara horas 
antes, numa festa junina que fui gravar. 
felizes e juntos.
se eu pudesse contar que ninguém mais fica junto aos 30.
bebi mais um trecho. guardei os dois pra repetir. o vinho e o chocolate.
 

Clara Vanali

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Sobre

 

Sou jornalista mas penso que ser jornalista é mais sobre investigar. Ser escritora é mais sobre observar. Aqui, me sinto mais escritora do 

que jornalista. Prazer, Clara ;)