63 #sexagésimo
terceiro gole
 
Oi queridos,
tudo bem?
 
Esses dias, minha mãe disse ao meu pai que queria aprender a nadar.
_ Nunca é tarde / respondeu meu pai. 
 
E quando é tarde?
Quando, de fato, é tarde pra fazer as coisas? 
 
Eu não entrei no carnaval este ano. Não foi pra mim desta vez, leitor. E não tô sendo mal agradecida, calma. Eu sei que após 3 anos de pandemia, parece um crime não sair pulando no bloquinho pra finalmente comemorar a volta da aglomeração.
 
É que no passado, eu vivi isso. Já bati ponto em todos os blocos de São Paulo. Na Vila Madalena, na Sumaré, no Ibirapuera, Barra Funda….Passei por todas as fases. Glitter no rosto, tiara de penas, beijo na boca, chuva, medo de ser esmagada, telefone furtado, banheiro químico, cerveja com confete dentro, tudo mesmo. Puxei assunto com desconhecido na rua, terminei o dia com tênis molhado comendo coxinha na padaria, me perdi de amiga no meio do trio e já fiquei sozinha na calçada, implorando pra um táxi me levar pra casa quando a festa acabou. 
Já curti o perrengue, amigos. Ninguém pode dizer que não estou falando com propriedade. Vivenciei todo o prazer e o caos do carnaval.
 
E tem coisa que eu já acho que já está vista, sabe? Falo baixinho pra ninguém me julgar, mas carnaval pra mim - com todo respeito - está check.
Pode ser a velhice mesmo, não nego. Tô prezando por um banheirinho limpo. Um cervejinha gelada sem a espuma do spray carnavalesco caindo dentro. Quero uma cadeira pra quando cansar. Acompanhar a banda sem me empurrarem. Beijar na boca com a esperança de que a pessoa não vai embora.
 
Desculpa qualquer coisa, tô falando com amor. Fico feliz em ver a energia das pessoas compartilhando o afeto. Já tive esse momento. Adoro samba e ainda quero aprender a tocar pandeiro nesta vida. Mas carnaval, já está tarde pra mim. 
 
Aliás, bloquinho de carnaval sempre foi mais um lance que eu tinha que ir, porque todo mundo ia. Fui feliz em muitos momentos? Sim, não nego. Tomar chuva não era de todo ruim. Quando se está na farofa do calor, cair água do céu é uma benção. Enfeitar os olhos com maquiagem colorida e se fantasiar é de uma boniteza libertadora também. Mas o combo como um todo, eu confesso que é mais fácil de lidar quando se está abaixo dos 30. Valeu ter vivido. Obrigada aos envolvidos. 
 
Mas tô disponível pra outras programações. Ainda me acho capaz de interagir com novas pessoas numa roda de conversa (oremos). Gosto de música (não muito alta), topo comer um dogão sentada na calçada (se a procedência for confiável), provar a bebida do copo alheio (se a pessoa não estiver gripada), pular de uma balada pra outra (sem muita fila na porta). 
 
Alguma sugestão? 
(risos nervosos)
 
Fiquem bem <3 
 
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Em especial, você pode gostar do 37º gole. 
 
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Um beijo,
Volto logo.
 
 
 
 
Um rascunho perdido
(textos meus escritos em algum lugar do passado)
 
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dentro dos livros.
a única maneira das flores durarem para sempre. 

Clara Vanali

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Sobre
 
Sou jornalista de formação, tenho uma produtora de vídeos como ocupação, mas aqui, nestes goles,  eu apenas escrevo. 
 Prazer, Clara Vanali ;)