Oi queridos,
tudo bem?
Descobri algumas preciosidades sensíveis nesse último mês e gostaria de dividi-las com vocês. Essa não é usualmente uma newsletter de links e por isso, quando venho compartilhar, é porque realmente vale a pena. Vamos?
Se quiser saber mais infos de cada indicação, é só clicar nos nomes azuis.
Filmes
NOMADLAND - foi lançado há 2 anos e indicado ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Atriz pra maravilhosa Frances McDormand. Demorei pra assistir mas agora está disponível no
Star+ e posso dizer que foi um dos raros filmes da minha vida em que eu me caí de chorar. Não é exatamente um filme de chorar mas eu estava emotiva no dia e, o fato do longa trazer questões sobre se encontrar no mundo, despedidas e encontros, me fez muito querer alugar um trailer, largar tudo e viajar pelo mundão
(calma que hoje ainda é terça-feira).
LUCKY - que presente, pelo amor de deus. Um senhor na faixa dos seus 90 e tantos anos começa a repensar sua vida depois de, do nada, ter uma queda dentro de casa. O filme é de 2017 e agora está no
MUBI trazendo o super Harry Dean Stanton no papel de um protagonista que, o tempo todo, instiga seus colegas de bar sobre constatações da vida. Me pegou muito uma parte em que ele joga na cara que tudo o que está a nossa volta hoje
(família, amigos, trabalho etc) vai desaparecer.
E o que fazer com essa verdade? - perguntam os colegas.
- Sorrir…. só nos resta sorrir.
E não é isso que fazemos o tempo todo, mesmo sabendo da braveza do fim?
A gente sorri…..e vai levando o teatro de funções, ignorando a realidade do futuro a nossa volta.
Livro
O EXERCÍCIO DA INCERTEZA - Drauzio Varella nunca decepciona. Sempre mergulho nos seus livros imaginando em qual horário da sua vida atribulada ele tem tempo de sentar e escrever um livro de 300 páginas. Fiquei sabendo desse pela
newsletter do Davi, e posso dizer que é um dos seus melhores. É de sentar, abrir as páginas e mergulhar nas memórias de um médico que presenciou erros e acertos dos últimos 50 anos da medicina
(teve pandemia do HIV, descobertas de câncer, epidemia de tuberculose em presídios, covid e por aí vai). Drauzio escreve como poucos, nos chama pra tomar um café e fica conversando com uma linguagem que abraça e ensina.
Fora que ele quase morreu em 2004 de febre amarela e também escreveu sobre os delírios dessa quase morte em
um outro livro. Que bom que ele tem essa preocupação e compromisso de registrar o que vive, seja na vida pessoal, nos presídios pelo Brasil ou na prática da medicina em seu consultório. Sempre aprendo muito.
Texto
POR ONDE ANDAM OS ESPAÇOS VAZIOS - Descobri a Maíra Ferreira tardiamente mas não largo mais. Ela tem uma newsletter ótima e esse texto em específico casou muito com algo que tenho pensado ultimamente:
o que a gente faz no nosso tempo livre? Será que a gente ainda vive nosso tempo livre ou estamos sempre rolando o dedo no celular pra ver o scroll infinito do feed, que não para de trazer vídeos, memes e informações aleatórias?
Quando a gente esvazia a cabeça de fato? Por que tudo tem que ser preenchido? Tudo tem que ser postado? A gente não consegue ir a um restaurante sem publicar que está naquele restaurante vivendo aquela experiência. Tudo é conteúdo, que saco. Me vejo nesse looping também.
Não conseguimos mais só viver?
O texto da Maíra traz uma citação preciosíssima da Lygia Fagundes Telles que diz: "Ouça…é preciso amar o inútil. Criar pombos sem pensar em comê-los, plantar roseiras sem pensar em colher as rosas, escrever sem pensar em publicar, fazer coisas assim, sem esperar nada em troca."
Clipe
I DRINK WINE - Nunca falei aqui mas eu sou apaixonada por videoclipes. Adoro ficar prestando atenção nas construções audiovisuais e criativas que levaram o diretor e artista seguirem por um caminho e não outro.
Nesse, Adele percorre um lago gigante dentro de um estúdio que vai levando-a por caminhos de vida enquanto ela canta com uma garrafa de vinho na mão. Meu sonho. Percorrer minha vida num rio, segurando uma taça de vinho, cantando que é melhor acreditar que estou tentando, continuar escalando…mas quanto mais alto subimos, parece que não nos tornamos nenhum pouco mais sábios.
Alguém aí já ficou mais sábio com o tempo? Me ensina.
Fiquem bem <3
Em especial, você pode gostar do gole 61.
Um beijo,
Volto logo.