77 #septuagésimo
sétimo gole

 
Oi, tudo bem?
 
Eu sei que a gente não deve que se preocupar com o que pensam da gente, mas você já se deu conta que, cada pessoa que encontrou na sua vida pode ter tido uma impressão diferente de você?
 
Para alguns você é fofa, para outros pode ter passado a impressão de ser grossa. Para uns, super determinada, para outros, insegura. 
Será que cada situação molda nossa personalidade de um jeito diferente? 
Ou a gente que passa a impressão errada sem querer? 
 
Fiquei tentando me descrever em pensamento. 
Como será que as pessoas me enxergam? 
Certamente quem me conheceu no passado me viu mais focada a seguir meus objetivos. Hoje sou mais mole. No sentido de a-mo-le-cer, de achar emotivo uma borboleta aparecer na minha varanda, tomar um chopp com meu pai, não fazer planos que não sejam pra daqui um mês. Não sou mais da loucura de perseguir algo com unhas em dentes, tô mais na fase de dar uma olhadinha e se, achar que não vai funcionar, me retirar do espetáculo. 
 
Quem me conhece no trabalho, no set, com uma câmera na mão e decidida a dirigir meu entrevistado nas cenas que eu quero, não imagina que tenho um monte de dúvidas dentro de mim. Será que isso vai funcionar na edição? Esse é mesmo o melhor enquadramento pra gravarmos? Meu papel ali é transmitir segurança e resolver o problema. Então, acho que meu personagem profissional acaba se misturando com o que pensam de mim e, por isso, talvez imaginem que eu seja a pessoa mais durona desse mundo. 
 
Uma vez, sentada num bar com um ex-namorado, a gente ficou falando sobre o que tinha mudado na nossa personalidade desde a época em que namoramos no passado. E eu comentei que, nos dias atuais, me dava mais a chance de conhecer pessoas e viver experiências. Ele erroneamente pensou que eu estava no pique de ter vários encontros casuais sem me apegar a ninguém. Otimista da parte dele. Na verdade, viver experiências pra mim significava sair com uma única pessoa e dividir uma garrafa de vinho comendo uma porção de pasteis. 
 
O fato é que pouquíssimas pessoas dessa vida conhecem a nossa intimidade e quem somos realmente. Quem somos realmente? 
Eu não posso, numa roda de conversa, sair falando que não acredito na premissa do o que tiver que acontecer vai acontecer / cada coisa no seu tempo ou / não era pra ser / ou a pessoa morreu porque era hora dela / e outras frases que aliviam o coração mas não me convencem, porque vão me achar pessimista demais. 
Será que sou mesmo pessimista? Ou sou apenas uma otimista que foi endurecendo com a vida? 
Então sou durona, posso confirmar? 
 
Não há muita saída. A sensação que fica é que somos únicos pra cada pessoa que nos vê na rua. Cada uma vai pensar algo de você e fazer deste conceito uma verdade pra ela.
Bom ou ruim, não temos controle algum sobre isso. 
E durões ou não, seguimos.
 
Como vocês acham que os outros enxergam vocês? E como vocês se enxergam?
 
Fiquem bem <3 
 
Todos os goles passados estão disponíveis para leitura lá:  www.claravanali.com.br 
Em especial, você pode gostar do gole 62. 
 
Quer receber essa news toda semana?
Assine grátis! 
 
Um beijo,
Volto logo.
 
 
 
Um rascunho perdido
(textos meus escritos em algum lugar do passado)
 
Image item
Na mesa do bar, um amigo vira para o outro e diz:
- Por que diabos as pessoas recusam a bolachinha que acompanha o café?
- Por causa da dieta, talvez.
-  Mas elas comem a entrada, o prato principal, a sobremesa e na hora do café recusam a pobre bolachinha.
- Algumas pessoas não ingerem açúcar.
- Mas é uma mísera bolacha. E os garçons oferecem com tanto gosto que chega a ser falta de educação recusar o agrado.
- Hummm…talvez eles devessem perguntar o gosto do cliente antes de trazer o belisco.
- Ah, vá. Então passe pra cá a sua bolachinha que eu como. 

Clara Vanali

Instagram
Facebook
 
Sobre
 
Sou jornalista de formação, tenho uma produtora de vídeos como ocupação, e aqui, nestes goles, eu apenas escrevo. 
 Prazer, Clara Vanali ;)