Oi queridos, tudo bem?
Semana passada marquei com amigos de irmos no
Spot, restaurante clássico em São Paulo que serve o melhor macarrão que já inventaram e que, inclusive, eu e Gabriel já
ensinamos a fazer quando tudo era mato na internet.
Pois sentamos e começamos a falar de amor, algo que eu já não falo há um tempo, e todos na mesa - que estão apaixonados e estáveis em seus próprios relacionamentos - me questionaram como eu tô_e aí como você tá?
Fazia tempo que eu não pensava como eu estou em relação a isso mas, dentro de mim, eu sabia muito bem como eu estava. E então, depois de um drink, uma garfada no macarrão e sob uma noite linda de são paulo, tocando cazuza ao fundo, eu disse:
_passei minha vida inteira procurando. a vida toda. desde os meus 15. desde o primeiro beijo. desde o primeiro namoro. desde cada balada às 22h da noite em que eu saí de casa para esbarrar em alguém. desde cada perfil em aplicativo de paquera que me levaram horas rodando pra direita e pra esquerda avaliando se ali estaria a pessoa da minha vida. _e quer saber? a gente não precisa viver a mesma coisa a vida toda. e eu não quero mais viver isso. não quero mais passar os dias procurando, procurando, procurando. e achando que aquele vai ser o supermercado em que eu vou conhecer alguém.
não quero mais pensar que, quando eu menos esperar, o destino vai acontecer. ou que eu deveria escrever num caderno todas as características que eu almejo, para que o universo passe casualmente por aquele papel e me envie a pessoa certa.
não.
esse livro é repetido pra mim e não desejo ler de novo as mesmas páginas. deu, sabe? a vida é mais.
não sei se já disseram isso a vocês, mas é permitido parar de procurar. é muito cansativo viver com uma lacuna no peito achando que você só vai ser feliz quando tiver um relacionamento. de repente, eu acho que experimentei essa fase. já procurei bastante, dei tudo de mim, fiz o meu melhor. agora eu só quero paz. ir na minha academia. tomar meu café depois do almoço. fazer meu trabalho com meu coração. e se tiver que ter alguém, que a pessoa me encontre, porque esse caminho eu já percorri.
ah, mas agora que você não está procurando mais, é que você vai encontrar.
- parem.
…
E pois, tocando Cazuza ao fundo_
exagerado, eu sou mesmo exagerado, jogado aos seus pés….fiquei pensando que a vida é boa ao sermos exatamente isso: exagerados. Viver cada fase com a profundeza que os momentos nos cabem. Ricky e Malu me chamaram pra jantar na sexta. Malu levou o marido dela que é gringo. Ao sentar na mesa, depois de um dia cheio de trabalho, pensei em avisá-los:
_gente, eu não converso em inglês numa mesa há anos, não vou conseguir pensar/falar em inglês essa noite. Mas eu tenho um lema sobre
fingir segurança ser mais importante que ter segurança e, com isso em mente, deixei apenas rolar. Pedimos drinks, comidinhas, demos risada e falei inglês como se praticasse em voz alta todos os dias. Às vezes a gente se surpreende com a nossa própria capacidade.
Já pensaram nisso? Eu nem lembrava mais que era capaz de estabelecer raciocínios com começo/meio/fim em inglês. Eu sei que é uma língua já incorporada a tudo e a todos, e que talvez seja nossa obrigação sair por aí falando em inglês, mas não é algo do meu dia a dia. Pra mim vai ser sempre um desafio. E mais desafiante ainda saber que eu consegui me entregar para aquele encontro, falando inglês com uma segurança
exagerada. Thanks, Cazuza.
Sejam exagerados.
Jamais irão se arrepender por isso.
Fiquem bem <3
Um beijo,
Volto logo.